segunda-feira, 10 de março de 2008

Capítulo 7: De Quissamanduca para o Mundo

Após algumas perigosas missões (tirei o gato do Frei Natanael do teto da igreja, matei três baratas cascudas na casa de dona Emerenciana e ajudei seu Manel da padaria, que foi aparar o pé de couve que ficava à beira do morro e despencou ribanceira abaixo), vi que Quissamanduca era pequena demais para mim, e decidi buscar novos ares, tentando a sorte no Rio de Janeiro.

Comuniquei à minha família e a meus amigos sobre a decisão e eles resolveram promover uma festa de despedida para mim. Foi emocionante, porque toda a cidade resolveu participar. As moças levaram os quitutes e os homens se encarregaram das bebidas. As barraquinhas foram armadas na Praça Apolônio III e toda a população esteve presente.

O evento mereceu, inclusive, a participação da banda da cidade, formada por Agripino Jiló na corneta, Sebastião Tião no triângulo, Clementino Jibóia (irmão de Cipó) no chocalho e Zeca Pebolim na zabumba. Liderada pelo maestro Isaac Caramujevski (na realidade, se chamava João Fulgêncio e nasceu no Ceará, onde catava caramujos), a banda era eclética e tocava de Odair José a Iron Maiden. Ah, já ia me esquecendo do Wilbor, que era fera no xilofone (aquele brinquedinho que a gente bate nas teclas com uma baquetinha). Wilbor parecia o Nhonho, só que bem mais gordo que o personagem do seriado Chaves. O bicho comia muito e estava se acabando na festa. Depois de engolir mais de 40 ovos cozidos (daqueles rosas), 18 pratos de angu e tomar mais de 20 canecas de sopa de ervilha, Wilbor começou a mudar de cor. Totalmente esverdeado e com a barriga três vezes maior do que a normal (que já era um escândalo), o garoto parecia que iria explodir. E explodiu. Um dos botões de sua camisa (justamente o que ficava próximo ao umbigo) arrebentou e, com uma velocidade descomunal, foi direto na testa de dona Emerenciana que, sentada no poço da pracinha, caiu no buraco de uns 15 metros de profundidade. O resgate da velha, aliás, foi o último ato do Spider em Quissamanduca.

Com a presença de todos os meus amigos e familiares na rodoviária, peguei o ônibus rumo à Cidade Maravilhosa. Como a viatura (essa é a expressão mais apropriada para definir aquilo) passava antes em Pororoca do Oeste, Barro Sujo, Santa Rita da Casa do Carvalho e Cajuzinho do Norte, já chegava lotada em Quissa. O ônibus (é duro me referir àquilo dessa forma), que tinha capacidade para 45 passageiros, contava com 97. Estava tão cheio, que todos tinham de respirar e expirar juntos, pra que o ar pudesse ser compartilhado democraticamente. Por falar em respirar, esta tarefa foi especialmente penosa pra mim. O único espaço que consegui me encaixar foi ao lado de um cara que não devia saber o que é um banho há uns três meses. Para piorar a situação, meu nariz ficava justamente alojado na axila esquerda daquela criatura. Inclusive, foi durante esta viagem que entendi porque aquela parte do corpo humano é popularmente chamada de SUVACO. Mesmo depois de tantos anos, ainda sinto às vezes um gosto ácido na boca e tenho a impressão de ter um cabelo preso debaixo da língua.

Mas e epopéia terminou. Após oito dias de viagem, finalmente cheguei ao Rio, que adotei como meu lar, e de onde projetaria a saga do Spider-Man para todo o planeta. E, logo em meu primeiro dia na cidade, pude perceber os perigos reservados àqueles pouco acostumados a um dos mais belos cartões postais das terras cariocas: as praias. Mas isso é assunto para o próximo capítulo.

2 comentários:

Aurea disse...

ÓÓÓÓÓÓhhhhh!!!!! Acabou por hoje? Quero mais!!!! Estou adorando!!!! Se fosse livro acho que eu entrava pela madrugada só para ir até ao fim!!!!!!!

Unknown disse...

Vc sabe que eu não sou d briga neh? Nem sou de observar faço olhos grossos
nossa !! agora assassinei o pernilongo rsrsrs
O sujo falando do mal lavado não eh (lavabo) eh lavado banho agua rsrs
Agora descobri como o spider se infiltro no Rio:Pq sua ultima missão em salvar dona dona Emerenciana foi um fracasso total e Quissamanduca ficou na memória.
O mais incrivel não foi o resgate da dona Emerencia, eh como o spider conseguiu passar por Pororoca do Oeste, Barro Sujo, Santa Maria da Casa do Carvalho e Cajuzinho do Norte.Com td sua coragem ele não se excitou e deu uma reparada no lado direito,do lado esquerdo e não penso duas vezes e nem se excitou:logo gritou socorro chego o Rio?
Já aquelas alturas estava estampado na distância e frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "bom dia",quase que sussurrados a cada um que subia com o perfume que impreguinava no ar .
Se fosse pra fazer um balanceamento...10% era de sovaco e 200% era cebola, se não fosse os banhos de qunzena do spider a viagem seria perfeita rsrs
(um grande parabéns aos que compartilharam ao cheiro acebolado spider e não
deram pelo menos um soco)
pq sabiam que entre aquela multidão de fididos um se destacava e que o esquema ali era profissionalninguém se atreveu.
Mas para manter nossa amizade, se houvesse um confronto devido a falta que o individuo sentiu do fio do cabelo que estava entre os dentes do spider, eu entraria em guerra até com o taliban, a Al-Qaeda, e todo chamado "eixo do sovaco"!!!!
Eu naum sei parar..."hahhaha
agora sem zueira..."vc eh o cara", pq? haja paciencia neh, que dadiva dos acompanhantes de viagem ....ops, zuando de novo...
O ministerio da saude adverte:
cebola azucrina as ideias =)
e pra deixar mais emocionante ainda...Edu
eu não sei parar huhuhuh
PS: aff to batendo meu cartão aqui e p/ mim ta sendo uma festa
Ja escuto aquela musica da Britney?

"Guépy Guépy mórrrr Guépy mór Guépy Guépy mórrrr"

PERFEITOOOOOOO!!!